Dia de partida



Hoje é dia de partida, de beijo salgado, de aperto no
peito. Quarta-feira com gostinho de domingo. Na vida, há dois tipos de pessoas. As otimistas e as pessimistas, as que enxergam o copo meio cheio e as que enxergam o copo meio vazio, as que tiram o melhor de cada situação e as que só prestam atenção nos defeitos e problemas, as que para cada partida creem ter uma chegada e as que para cada chegada acreditam existir uma partida. Eu? Prefiro ser do time dos otimistas, para cada vez que parto ou te vejo partir prefiro acreditar existir uma chegada, ou melhor, acredito.  Sei que há de chegar o dia em que as partidas cessarão e finalmente ficaremos juntos, sem mais partidas, sem mais saudade, sem mais beijos salgados, sem mais lágrimas e despedidas.

Você vem para cá, passa três ou quatro dias, me dá teu colo para sonhar, teus beijos para animar e teu sorriso para iluminar meus dias. E de repente, parte, sem mais nem menos te vejo embarcar naquele ônibus, maldito ônibus. Já diria o mestre Armandinho “você se vai e a vida continua”, você se vai e a tristeza fica, teu perfume em meus lençóis dá um conforto a mais. Ameniza a dor, aumenta a saudade, mas ameniza a dor. Hoje não é dia de falar ou escrever, ouvir música ou assistir seriado, cozinhar ou praticar esporte. Hoje é dia de esperar, esperar que a dor da partida diminua e que reste somente a saudade, pois com ela já aprendi a lidar, sentir e até mesmo sobrepuja-la.  

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